Os poetas são anjos caídos, mas ainda portadores da centelha divina
Os versos são códigos subtraídos, de uma matemática emocionada
Rimbaud riscou os céus e transformou-se em estrela aos dezoito anos
Enquanto Chet Baker desmaterializava-se em blues
Voando para o infinito, desfeito em drogas e semitons...
"Aqueles que reprimem o desejo assim o fazem porque
o seu desejo é fraco o suficiente para ser reprimido..."
Bradava em vão Willian Blake aos que mourejavam ao som de sinos e confissões...
Olavo Bilac, pálido de espanto, abraçava-se aos prantos
A Augusto dos Anjos, que, quase inaudível,
Murmurava: escarra nesta boca que te beija...
Aretino, melodiosamente pornográfico, salvava-se
Dos escombros do racionalismo
Exibindo, em plena Piazza Navona
Suas envelhecidas partes pudendas
Para a delícia e falso pudor
Das ragazzas espartilhadas...
James Dean, para desespero dos Arcanjos,
Aconchegava-se aos pés do Altíssimo
E soluçava: Pai, porque me abandonaste?
E o poeta maior, Jesus, humanizava-se
Definitivamente solitário
No Monte das Oliveiras
sobre o sono dos apóstolos:
"Minh'alma está mais triste que a morte...
Humano. Demasiadamente humano."
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