A decisão do Ministério Público de abrir inquérito para investigar a evolução patrimonial do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) deu fôlego à oposição para tentar instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso.
Senadores de DEM e PSDB acreditam que investigações vão apontar "fortes indícios" de irregularidades na evolução do patrimônio do ministro -o que levará senadores governistas a assinarem o pedido de instalação da CPI.
"Temos senadores que prometeram assinar a CPI na dependência das respostas que o ministro der à Procuradoria. A CPI pode colaborar com o Ministério Público porque tem poderes para quebrar sigilos mais rapidamente", disse o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).
A oposição reuniu 18 das 27 assinaturas necessárias para a instalação da CPI no Senado. Há a promessa de dissidentes do PMDB assinarem o pedido, assim como outros governistas menos alinhados com o Planalto.
Anteontem, o Senado havia divulgado a adesão de 20 senadores, mas o senador Clésio Andrade (PR-MG) retirou seu apoio e Itamar Franco (PPS-MG), internado, ainda não oficializou o pedido.
Apesar de a oposição defender uma CPI mista, com deputados e senadores, Dias afirmou que a comissão será criada no Senado se a Casa conseguir primeiro reunir assinaturas necessárias.
Na Câmara, foram reunidas, até agora, 100 das 171 necessárias. O líder do DEM, ACM Neto (BA), adiantou que há até assinaturas de deputados da base aliada, mas diz que o trabalho de convencimento aumentará. (GABRIELA GUERREIRO E LARISSA GUIMARÃES)
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