domingo, 4 de julho de 2010

Requião e Osmar Dias tentam se explicar


Requião e Osmar, juntos após quatro anos: “Acima de qualquer divergência pessoal ou política, está o interesse do Paraná”, diz o pedetista


Da água para o vinho, em apenas quatro anos. Assim foi a primeira entrevista coletiva de Osmar Dias como candidato oficial ao governo paranaense pela coligação PDT/PMDB/PT. Sentados lado a lado, o senador pedetista Osmar Dias e o ex-governador Roberto Requião (PMDB) tentaram justificar os motivos que os levaram a se transformar de adversários ferrenhos na disputa eleitoral de 2006 em aliados nas eleições deste ano.

Da agua para o vinho

Senador e ex-governador trocaram acusações pesadas em 2006

A eleição estadual de 2006 foi o ponto mais baixo na longa relação entre Osmar Dias e Roberto Requião. Oriundos do mesmo PMDB, os dois tiveram um bom relacionamento por anos. Ambos foram secretários de Alvaro Dias. Osmar foi coordenador da campanha de Requião ao governo em 1990 e, com a vitória na eleição, assumiu a Secretaria da Agricultura.

A relação, porém, teve um primeiro problema em 2002. Com Osmar e Alvaro no PSDB, Requião começou a criticá-los por não assinarem o requerimento da CPI da Corrupção, que investigaria o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na época, o peemedebista deu declarações dizendo que havia dois senadores que, no Paraná, se passavam por “tigrões”, mas em Brasília eram “as tchutchucas” de FHC. Após assinarem a CPI, os irmãos Dias foram expulsos do PSDB.

Em 2006, quando Osmar e Requião disputaram o governo do estado em lados opostos, o peemedebista partiu para o ataque e acusou o senador pedetista de ter uma fazenda de origem suspeita no Tocantins. Osmar reagiu criticando Requião.

Depois que Requião ganhou a eleição por uma margem de apenas 10 mil votos, a animosidade continuou. O ex-governador insinuou que poderia ter havido manipulação da votação em favor do adversário. Já Osmar subiu à tribuna do Senado para reclamar do adversário. “[Requião] usou de todos os artifícios sórdidos e baixos para, com calúnias, tentar manchar a minha honra”, disse. “A reeleição levou (...) Requião a usar, de forma escandalosa, a máquina pública. Um escândalo que entreguei aos meus advogados para que tomem as devidas providências (...). Houve de tudo, desde cabos eleitorais pagos com dinheiro público, até ocupantes de cargos comissionados, durante o expediente, nas ruas de todo o estado do Paraná.”

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