sábado, 13 de agosto de 2011

Deputada do Amapá suspeita de desvios nasceu em presídio

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1308201111.htm
Deputada do Amapá suspeita de desvios nasceu em presídio

ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

Responsável pela destinação de milhões de reais para a ONG que desviou recursos do Ministério do Turismo, a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) é conhecida no Congresso por sua história parecer enredo de filme.
A mãe engravidou dela quando estava presa por homicídio, em Macapá (AP). Ela matou o marido depois de descobrir que ele a traía com a sua vizinha.
A futura deputada só saiu do presídio quando tinha cinco anos, graças a um indulto de Natal. Com a ajuda das irmãs mais velhas, formou-se em sociologia.
No quinto mandato como deputada federal, Pelaes foi acusada por presos na Operação Voucher de ficar com parte do dinheiro desviado do Turismo, o que ela nega.
Sua história foi revelada em 2010, durante uma reunião da Câmara que discutia a legalização do aborto.
Numa fala emocionado no Congresso, ela contou que sua mãe poderia ter optado pelo aborto, mas não o fez.
"Ela já tinha cinco filhos, um estava com ela na penitenciária, e ali ela foi abusada. E esta mulher que está aqui hoje nasceu e não sabe quem é seu pai", relatou.
O procurador do Amapá pediu à Procuradoria-Geral da República que analise a suspeita envolvendo Pelaes.
Como ela tem foro privilegiado, caberá à Procuradoria-Geral da República denunciá-la ou não ao Supremo Tribunal Federal.
Depoimentos de presos pela PF apontaram que a deputada se beneficiaria de parte dos recursos públicos liberados de suas próprias emendas ao Orçamento da União. Ela afirma que as acusações são "caluniosas".

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