sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Acusados usavam sala de ministério, diz escuta da PF e Filho de ministro do TCU coordenava defesa



Filho de ministro do TCU coordenava defesa

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

Escutas da Polícia Federal revelam que os acusados de desvio de verbas no Turismo tinham livre acesso ao Ministério para, segundo a investigação, fraudar prestação de contas dos convênios.
Segundo diálogos obtidos pela Folha, os donos da ONG Ibrasi chegaram a usar a sala do assessor do secretário-executivo da Pasta, Frederico da Silva Costa, chamado de "bambambã" e "reverendo", para combinar uma defesa às investigações do TCU (Tribunal de Contas da União).
As gravações mostram que a estratégia era coordenada pelo advogado Tiago Cedraz, filho do ministro do TCU Aroldo Cedraz, e seu sócio Romildo Olgo.
Os documentos apresentados pelo ministério e pela entidade ao TCU deveriam ficar "de acordo".
Ainda segundo o relatório da PF, Luiz Gustavo Machado, diretor do Ibrasi, e um dos seus subcontratados se reuniram com Antônio dos Santos Junior, assessor de Frederico, no 2º andar do Ministério no dia 31 de maio.
Dois dias depois, ao lembrar a reunião, Machado e o empresário comentam, em telefonema, que um dirigente do ministério "está muito preocupado".
Machado e Junior agendam uma reunião com a participação do número 2 do ministério e do "dr. Cedraz", que a PF afirma ser o filho do ministro do TCU.
"Temos uma novidade boa. Ficou marcada uma reunião aqui para quarta-feira, com o dr. Fred, o dr. Milton mais o dr. Cedraz", diz Machado no áudio.
À Folha, o filho do ministro disse que o Tiago citado nos áudios é outro advogado de seu escritório. E negou atuação no caso.
Segundo relatório da Polícia, o encontro foi frustrado por coincidir com a data da posse da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
O uso da estrutura do ministério nas fraudes apontadas pela Polícia Federal também envolveram missões oficiais de servidores do ministério a Macapá para tratar de supostos acertos sobre os convênios irregulares.

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