terça-feira, 9 de março de 2010

REQUIÃO E OS QUATRO SEGURANÇAS

Na Itália foi assim!
"O fascista Gianni Alemanno, da Aliança Nacional, venceu as eleições para Roma. Alemanno foi secretário-geral da juventude do partido neo-fascista Movimento Social Italiano (MSI) de 1988 a 1991. No dia da tomada de posse foi recebido por apoiantes que gritavam "Duce! Duce!", o nome por que era conhecido Mussolini (na imagem). Foi também no dia 28 de Abril o 63º aniverário da morte do ditador. "

E no Paraná, também será?
O nobre deputado Nereu Moura, do PMDB – e aqui não há nenhuma ironia – apresentou Projeto de Lei na Assembleia Legislativa que concede quatro seguranças a ex-governadores a partir do atual. Quem é ele? Nada mais, nada menor que o governador Requião, que renuncia em 31 de março – um dia simbólico porque coincide com a data do aniversário do golpe militar de 1964.


Em seu lugar, assume o vice-governador Orlando Pessuti, às 17 horas de 1° de abril – dia simbólico também porque coincide com a data mundial da mentira. Mas não entremos em detalhes.


Trata-se aqui do projeto de lei do deputado peemedebista e do absurdo que dele emana. Admitir que quatro seguranças estarão à disposição de um ex-governador é admitir também que a Segurança Pública do Paraná está falida.


Um cidadão comum – e é este o caso de Requião – ao sentir-se ameaçado acionaria imediatamente a polícia e dela reivindicaria a segurança que é prerrogativa do estado.

O deputado Nereu Moura, no entanto, quer mais: quer que o pré-candidato ao Senado Federal – porque é esta a condição de Requião ora em diante – e também futuro ex-governador disponha de quatro seguranças às custas do Erário.


Afora a condição inconstitucional do projeto, e tenha certeza o parlamentar que será julgado sua inconstitucionalidade nas instâncias superiores da Justiça, há uma afronta ao cidadão comum.


Que o nobre deputado atente para esta informação da Agência Estadual de Notícias a respeito da “Operação Cidade Segurança”, lançada pela Secretaria de Segurança Pública no dia 26 de fevereiro.


Garante o secretário Luiz Fernando Delazari que a operação resultou em uma queda de 50% no número de mortes violentas. No último fim de semana, segundo o Instituto Médico Legal, morreram, nessas condições, apenas (eu repito: “apenas”) 18 pessoas ante 26 do fim de semana anterior.


É um descalabro, para dizer o mínimo. E, no entanto, apesar do número trágico de mortes na Grande Curitiba, o deputado Nereu Moura julga-se no direito de propor que quatro seguranças protejam o governador durante a campanhas, às expensas dos cofres públicos. E como fica o cidadão paranaense?


Causa decepção, para dizer o mínimo, que deputados da base governista e, principalmente, da oposição julgam procedente tal projeto. Incluem-se neste rol os peemedebistas, os pepessitas, os pevistas e até os chamados tucanos de bico vermelho que, de maneira surreal, continuam prestando honrarias ao quase ex-governador, como fizeram ao longo de oito anos de governo. O PSDB é mesmo um partido sui-generis.

Da parte deste escriba, repudia-se veementemente tal projeto. E as razões estão colocadas: porque onera os cofres públicos, porque é uma afronta à população e porque desdiz o que Requião vem afirmando ao longo de dois mandatos. Que o Paraná é um estado seguro e que os números da violência são inflados pela “imprensa canalha” – para usar um jargão do governador.


Durante esta manhã, um ouvinte de uma emissora de rádio sugeriu que o projeto de Nereu Moura fosse aprovado, mas que o dinheiro para custear os seguranças viesse de um dízimo a ser pago pelos parlamentares da Assembleia. É esta a emenda que sugere-se ao deputado Nereu Moura.

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